As garrafas do início do século XVIII eram bulbosas, de base larga e
pescoço curto. Podiam ficar em pé mas não podiam aguentar apoiadas
quando deitadas de lado. O seu principal objetivo era levar o vinho da
pipa do taberneiro para a mesa e, uma vez vazia, seriam enviadas de
volta para serem novamente cheias com vinho. Frequentemente, uma garrafa
trazia as iniciais ou o brasão do seu proprietário.
Como acontece com todos os grandes vinhos, é difícil precisar a cronologia exata do nascimento e dos primeiros passos do Porto Vintage. A história começa há mais de dois séculos, seguramente na segunda metade do século XVIII, mas não se sabe bem quando, onde e como. As referências mais antigas são escassas, imprecisas ou ambíguas, deixam-nos sempre a sensação de que há ainda muito território a desbravar nesses tempos áureos do comércio do vinho do Porto para Inglaterra.
Os últimos anos do século XVIII testemunharam outro importante
acontecimento que veio a ter uma influência decisiva no vinho do Porto e
no seu surgimento como um grande vinho clássico. Esta foi a evolução da
forma das garrafas de vidro.